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07
abr

Memórias de um Sargento de Milícias


A historia se passa no tempo que a familia real se refugiou no Brasil, por isso o livro começa "Era no tempo do rei...", lembrando que também faz referencia com os contos de fadas que começam com "Era uma vez...". O narrador é onisciente, portanto é na terceira pessoa e não faz parte da historia.
Devemos lembrar que a história foi publicada como um folhetim, ou seja em capitulos, então a cada capitulo há um acontecimento. O que se vê é que Manuel Antônio de Almeida foge completamente ao idealismo romântico de sua época. Se há traços românticos em sua obra, eles estão no tom irônico e satírico que assume o narrador.
A conclusão possível é que estamos diante de um novo gênero nacional, que se constrói em torno da figura do malandro, personagem que tem influências popularescas, mas é urbano e relaciona- se socialmente com a ordem e da desordem. É mais apropriado, por isso, classificar essa obra como um “romance malandro”, de cunho satírico e com elementos de fábula. 
O livro acompanha a vida de Leonardo desda sua infancia, até a fase adulta com o trabalho e casamento. Há varias situações de humor, outras tidas como "amorais" e a linguagem é como se estivesse conversando com o leitor. O que difere esse livro de outros românticos é que ele trata das classes mais baixas e até seus personagens mais "honestos" tiveram deslizes. 


Historia - A trama, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
“Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de Portugal ao Brasil), o pequeno Leonardo é uma criança intratável, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. E não são poucas: abandonado pela mãe, que foge para Portugal com um capitão de navio, é igualmente abandonado pelo pai, mas encontra no padrinho seu protetor. Esse é dono de uma barbearia e tem guardada boa soma em dinheiro.
Enquanto o pequeno Leonardo apronta as suas diabruras pela vizinhança, seu pai, Leonardo Pataca, se envolve amorosamente com a Cigana, mas essa o abandona logo. Ele, então, recorre à feitiçaria (proibida naquela época) para tentar trazê-la de volta. Porém, no auge da cerimônia o major Vidigal e seus homens 

invadem a casa do feiticeiro, açoitam os praticantes e levam Leonardo Pataca preso. Ele pede socorro à Comadre, que pede ajuda a um Tenente-Coronel que se considerava em dívida com a família de Pataca, e ele logo é solto.
Já o Compadre (ou padrinho) que cuidava do menino Leonardo havia aprendido o ofício de barbeiro com o homem que o criara. Foi para a África como médico em um navio negreiro e, durante a volta, o capitão em seu leito de morte lhe confiou um baú de dinheiro para que o entregasse a sua filha. Ele, porém, ficou com o dinheiro. Após isso aparenta ter se tornado um homem de bem e cria o Leonardo como se fosse um filho, sonhando em torna-lo padre. O menino, porém, causa transtornos por qualquer lugar onde passa e, após levar uma enorme bronca do padre da cidade, jura vingança.
O padre era um homem que aparentava ser santo, mas na realidade era um lascivo e fora ele quem roubara a Cigana de Leonardo Pataca. Como o padre passava boa parte de seu tempo na casa dela, um dia o menino Leonardo resolve armar uma emboscada para desmascará-lo. Ele vai até a casa da Cigana para informar o horário de uma festa, mas ele mente o horário para que o padre chegue atrasado. Quando por fim chegou à igreja, o padre repreende ao menino perguntando-lhe qual era a hora certa do sermão. Leonardo, então, diz que falou o horário correto e que a Cigana estava de prova, pois ouviu tudo. Sem saber o que fazer frente ao choque de todos, ele dispensa o menino.
Leonardo Pataca, ao saber que havia sido trocado pelo padre, resolve tentar conquistar Cigana novamente. Ela, porém, não dá bola para ele. Para se vingar, ele contrata um amigo para causar uma confusão em uma festa que ela iria promover em sua casa. No momento da bagunça Vidigal, que já havia sido avisado por Pataca, aparece e prende o padre em flagrante, somente de cueca, meia, sapato e gorrinho na cabeça. Com isso, Leonardo Pataca consegue ficar mais um tempo com a Cigana.
O Compadre passou a frequentar a casa de D. Maria, uma rica mulher com gosto pelo Direito, sempre acompanhado do afilhado Leonardo. Com o tempo o menino foi sossegando, até que chegou a idade dos amores. Luisinha, uma menina descrita como feia e que era filha do recém-falecido irmão de D. Maria, foi morar com a tia. No dia da festa do Espírito Santo foram todos ver a queima de fogos. A menina se divertiu, abraçou Leonardo pelas costas e no final os dois voltaram de mãos dadas. Após isso, porém, Luisinha voltou a ficar tímida.
Um dia entra em cena José Manuel, homem mais velho que fica interessado em Lusinha por conta da herança que ela havia recebido do pai e que iria receber de D. Maria, já que ela era a única herdeira. O Compadre, percebendo os interesses de José Manuel, se junta à Comadre para tentar espantar o interesseiro. Enquanto isso, Leonardo tenta conquistar Luisinha, mas ele acaba saindo muito sem jeito e acaba espantando ela. Porém, fica claro que Luisinha também gosta de Leonardo. Para tentar afastar José Miguel, a Comadre inventa uma série de mentiras, que logo são descobertas. Então, D. Maria, ao invés de expulsar José, acaba se afastando da Comadre, agora desacreditada.
Enquanto isso, novamente traído pela Cigana, Leonardo Pataca junta-se com a filha da Comadre e têm um filho juntos. Pouco depois o Comadre morre e Leonardo vai morar junto com o pai. Porém, ele e sua madrasta não conseguem se entender e, após muitas brigas, ele foge de casa. Afastado de todos, Leonardo conhece um grupo que estava fazendo piquenique e reconhece dentre eles um amigo seu de infância.
Leonardo passa a morar junto com eles na Rua da Vala. Lá vivem duas quarentonas viúvas e seus seis filhos, sendo que uma tinha três rapazes e outra três moças. Vidinha era a mais bonita e era disputada por dois primos. Porém, ela acaba se enamorando com Leonardo e os dois passam o dia namorando dentro de casa, o que desperta ciúmes dos outros rapazes. Esses, por sua vez, vão falar para Vidigal que Leonardo está vivendo como intruso na casa e tirando proveito das mulheres. Num dia, Vidigal aparece e leva Leonardo preso, mas esse consegue fugir.
A Comadre arruma um emprego para Leonardo na ucharia real, mas ele se envolve com a esposa do patrão e acaba despedido. Vidinha vai até a casa de Toma Largura, ex-patrão de Leonardo, para brigar com ele e com sua esposa. Enquanto isso, Vidigal consegue prender Leonardo. Acontece que Toma Largura ficou encantado com Vidinha e começa a cerca-la de todas as formas. A moça, encarando a ausência de Leonardo como consequência das últimas brigas, resolve ceder à insistência de Toma Largura.
Obrigado pela polícia, Leonardo começa a servir ao exército. Depois de um tempo, Vidigal o coloca no batalhão de granadeiros para combater os malandros do Rio. Porém, ao contrário do que ele pensava, Leonardo continua aprontando dentro do próprio batalhão de polícia. Na última delas, Vidigal planejava prender um homem que fazia imitações suas para animar festas. Mas Leonardo acaba se divertindo com as graças do imitador e o avisa das intenções de Vidigal. Quando o major descobre a traição de Leonardo, prende o moço sob juramento de algumas chibatadas.
A Comadre fica sabendo disso e vai pedir ajuda à D. Maria e à Maria Regalada, antiga amante de Vidigal. Elas vão até a casa do major, que as recebe com roupa civil da cintura para baixo e farda da cintura para cima. Não conseguindo resistir aos pedidos das três mulheres, Vidigal perdoa Leonardo e ainda promete promove-lo à sargento do exército.

Enquanto tudo isso acontecia, Luisinha estava casada com José Manuel, que a tratava mal e só se preocupava com o dinheiro da moça. D. Maria resolve preparar uma ação judicial contra o homem, mas ele acaba morrendo vítima de um ataque apopléctico (parecido com um derrame). Após o enterro de José Manuel, preparam tudo para o casamento de Luisinha, agora uma mulher feita e bonita, com Leonardo, bonito e muito elegante em sua farda de sargento do exército. Algum tempo depois, D. Maria e Leonardo Pataca também morrem e, junto com as outras heranças que já tinham, receberam mais duas.



Lista de personagens

Leonardo: protagonista que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a que se refere o título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente nas últimas páginas do livro. 
Leonardo Pataca: pai de Leonardo, um meirinho (oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria das Hortaliças, o que resultará no nascimento de Leonardo. 

Maria das Hortaliças: mãe de Leonardo, uma saloia (camponesa) muito namoradeira, que abandona o filho para ficar com outro homem. 

O Compadre ou O Padrinho: é dono de uma barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai para ele. 

A Comadre ou A Madrinha: mulher gorda e bonachona, apresentada como ingênua, frequentadora assídua de missas e festas religiosas. 

Major Vidigal: homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão. Apesar do aspecto pachorrento, era quem impunha a lei de modo enérgico e centralizado. 

Dona Maria: mulher idosa e muito gorda, não era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o vício das demandas (disputas judiciais). 

Luisinha: sobrinha de dona Maria. Seu aspecto, inicialmente sem graça, se transforma gradualmente, até se tornar uma rapariga encantadora. 

Vidinha:
 mulata de 18 a 20 ano
s, muito bonita, que atrai as atenções de Leonardo.



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06
abr

Antiguidade Oriental e Clássica




Antiguidade Oriental

As primeiras civilizações antigas se localizavam as margens dos rios. Os egípcios no Nilo, e os mesopotâmios no Tigre e Eufrates. Essas civilizações são conhecidas como "civilizações de regadio", por causa de estarem próximos aos rios e pelo controle da irrigação pelo Estado.
Eles tem como características em comum: governo teocrático (governante como divindade), civilizações de regadio (estado controlava os rios e cobrava impostos na produção agrícola), controle de terras pelo estado, trabalho compulsório (camponeses entregavam parte da sua produção ao estado).

Egito 

  • Tinha a escrita pelo sistema de hieroglífico, que foi decifrada pela Pedra de Roseta.
  • Faziam a mumificação dos corpos dos mortos, para conservar, para possibilitar a união com a alma no futuro. Esse ritual era reservado apenas para os mais poderosos economicamente.
  • Os egípcios implantaram um sistema de irrigação, que pode manter eles em uma area praticamente desértica. As inundações nos meses de julho e outubro também ajudavam a fertilizar o solo, ajudando na agricultura. 
  • A base da sua população eram os camponeses, que nos períodos entressafra eram empregados na construção das edificações faraônicas.
  • O estado controlava todas as atividades, inclusive o comercio. 

Mesopotâmia

  • Mesopotâmia significa "entre rios"
  • As cheias entre março e maio dos rios Tigre e Eufrates possibilitaram o desenvolvimento das civilizações agrícolas. 
  • Eles construíram diques, barragens, canais de drenagem e irrigação. 
  • Na primeira Dinastia Babilônica o principal representante foi Hamurabi, que fez o famoso código jurídico, que foi uma tentativa de organizar a sociedade. Desse código que vem a frase "olho por olho, dente por dente".
  • A sociedade era dividid entre homens livres (nobres, religiosos, comerciantes e camponeses) e escravos.

Antiguidade Clássica 

Essa civilização era formada por gregos e romanos. Por mais que as instituições greco-romanas chamassem os outros povos de "bárbaros", eles chegaram a adotar muito dos seus costumes.
Eles acreditavam que os homens eram inferiores as forças sobrenaturais em que acreditavam. 
Na Grécia as energias humanas foram canalizadas para a construção de um mundo para os homens. Eles buscavam a possibilidade de explicar o mundo pela razão. 
Os gregos acreditavam que toda a lei era divina, e distinguiam as leis divinas, leis humanas e leis da natureza.  Acreditava-se que os homens eram responsáveis pela criação das condições sob as quais poderiam esperar qualquer justiça em relação ao outro. Foram os primeiros a elaborar o ideal de uma justiça para todos os cidadãos na cidade-estado. 
A economia da Grécia era baseada na agricultura, caça, pesca e coleta. Cada cidade (pólis) estado era independente, e apesar das rivalidades eles podiam se juntas contra um inimigo em comum.

Esparta

Eram ligados as atividades agrícolas e militares. Eram descendentes dos dórios que invadiram a Grécia.
  • A sociedade era separada em: espartanos (únicos que podiam exercer os direitos de cidadania e participar do governo), os periecos (livres, mas submissos, dedicavam-se ao comercio), hilotas (eram servos, cultivavam as terras e paravam um valor anual pelo uso da terra)
  • As leis e a organização social de Esparta tinha como finalidade criar um povo guerreiro. Se uma pessoa fosse considerada fisicamente fraca, era abandonada à morte.
  • As meninas eram incentivadas também as atividades físicas para gerar filhos vigorosos e sadios.
  • Esparta era governada por dois reis. A Apelá era a Assembleia do Povo, a Gerúsia era o Conselho dos Anciãos (28 anciãos com mais de 60 anos de idade).

Atenas 

Atenas se consolidou como cidade estado a partir de um acordo entre varias comunidades que se organizaram em seu redor.
  • Tinha maior atividade mercantil, consequentemente, maior mobilidade social.
  • Sua sociedade era dividida entre: eupátridas ("bem-nascidos"), georgoi (pequenos proprietários), metecos (artesãos e mercantis estrangeiros), e na base estavam os escravos.
  • Era governada por um rei, que tinha funções civis, militares e religiosas, com o tempo o poder do rei foi passando para os eupátridas, que o poder real acabou virando o arcontado. Os seis tesmotetas tinham o poder e a força da lei. A Assembleia Popular elegia magistrados.
  • A forma de governo provocou muitas revoltas sociais.
  • A lei exigia que os pais educassem os filhos, e o ensino envolvia letras, musica e ginastica. Posteriormente foi incluído geometria e desenho. Podemos perceber que eles não se preocupavam só com a formação física, mas com a intelectual também.
  • As Guerras Médicas foram entre gregos e persas, tendo como razão a expansão gregas pelas ilhas do mar Egeu e pelo continente da Ásia Menor.
  • Após as Guerras Médicas teve a Guerra do Peloponeso, que duraram varios anos e tiveram varios conflitos.  Para Atenas e varias outras cidades-estados se organizarem e se recuperarem financeiramente e militarmente contra um possível ataque persa, foi feita a aliança conhecida como Liga de Delos.
A ampliação da liga fortaleceu o poder de Atenas, o que levou Esparta vendo-a como uma ameaça e uma rival, então Esparta formou a Confederação do Peloponeso. Após a guerra longa e exaustiva, com a vitória de Esparta na batalha naval e a rendição de Atenas, eles foram obrigados a se entregar a Esparta e o restante da tropa demolir os muros que a protegiam.